Alessandro Faleiro Marques
Curioso: a cada dia, mais serviços nos Estados Unidos ficam paralisados por causa de picuinhas políticas entre eles. Empresas de lá e de outros países (inclusive do Brasil) estão tendo grandes prejuízos com essa bagunça típica de paisinho de ponta de aterro. Por que, então, ninguém fala do risco econômico estadunidense, do rebaixamento de nota por agências especializadas, de instabilidade, de artigo bombástico em revista inglesa...? Gostaria muito de ver o discurso dos neoliberais, até brasileiros, se o fechamento dos serviços tivesse sido do lado de cá. A politicagem de lá é mais refinada?
Um comentário:
Boa, Faleiro. Há uma idolatria complacente demais em relação aos EUA, no Brasil. O contrário dessa idolatria é o ressentimento óbvio pelo que a gente supõe ser a superioridade deles. Provavelmente só vivendo lá, pra saber. Mas minha formação cultural é muito européia e eu sempre achei a América (exceto pelo bom cinema dos anos antigos e por alguns bons escritores) a pátria-mor da vulgaridade e do materialismo empedernido. Nunca pensei em visitar os EUA. Me agradaria mais ir a um pequeno país europeu, como a Bélgica, que a New York. E lamento muito esse inglês podre que o Brasil gosta de fazer de conta que sabe pespegado por toda parte, OFF e outros bichos, nos shoppings da vida. Somos muito vira-latas, com uma auto-estima instável, oscilando entre o deslumbramento e a bronca. Devíamos simplesmente desprezar os EUA, que outra coisa eles não merecem, na maior parte do tempo. Chico Lopes, escritor.
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