quarta-feira, 31 de julho de 2013

O puxão de orelha do Papa

Os irmãos de outras comunidades cristãs não considerem os que promovem a desunião. Os puxões de orelha que o Papa deu durante a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, foram para nós, católicos, que estávamos nos esquecendo do essencial. Pouca coisa que ele falou era novidade. Mas, como diz o ditado, "o óbvio tem de ser lembrado para não ser esquecido". Pronto, falei!

terça-feira, 30 de julho de 2013

"Ressaca da JMJ"

É óbvio que uso de forma irônica a expressão "ressaca". Na verdade, eventos religiosos não costumam acabar como o carnaval. Os bons, como a Jornada Mundial da Juventude, realizada de 23 a 28 de julho deste ano, no Rio de Janeiro, podem dar frutos por muito tempo. Por isso o nome do evento final ser "missa de envio" (nome redundante). 

Agora é hora de os jovens oxigenar as comunidades de onde vieram. É tempo de saber se tudo foi só um "Woodstock cristão" ou se realmente foram lançadas as sementes para um País melhor. Permito-me fazer uma brevíssima avaliação do que senti com a JMJ, mesmo acompanhando tudo pela tevê, devido à impossibilidade de estar no Rio. 

Uma coisa me intriga. Como diamante, a Igreja têm muitas faces. Aquelas músicas, coreografias, celebridades são apenas uma delas. Até agora, estou querendo saber onde estavam e o que fizeram os jovens das pastorais sociais (camponeses, afro-brasileiros, indígenas, operários, encarcerados...). Aqueles que, à luz do Evangelho, questionam as mazelas de nossa sociedade. Sei que estavam lá, mas...

Um trecho de artigo publicado por Leonardo Boff logo depois do evento no Rio dizia: "Na Jornada, houve belíssimas celebrações e canções cujo tom era de piedade. Entretanto, não se escutaram as belas canções engajadas das milhares comunidades de base. Não se ouviram também suas belas canções que falam do clamor das vítimas, dos indígenas e camponeses assassinados e do martírio da Irmã Dorothy Stang e do Padre Josimo. O Papa Francisco enfatizou uma evangelização que se acerca do povo, na simplicidade e na pobreza. Repetiu muito: 'não tenham medo'. O empenho pela justiça social cria conflitos, vítimas e suscita medo, que deve ser vencido pela fé". (Para ler o texto completo, visite http://leonardoboff.wordpress.com/.)

Por isso, aos curiosos e "não praticantes", sugiro que conheçam mais do catolicismo e da Igreja. Nem só de água benta vive o povo de Deus. 


Falta de notícia?

Imagine que, na segunda-feira de manhã, hora depois de o Papa Francisco retornar para o Vaticano, um jornalista gastou preciosíssimos minutos da vida dele e da nossa analisando os "erros de português" do Pontífice. O negócio foi tão tosco que tive de parar para escutar. O coitado se preocupou mais com a forma do que com o conteúdo. Creio que nem meus colegas revisores devem ter se dado a esse trabalho. Que dureza!

 
 

Avaliação dos governadores e Eike Batista

A rádio chapa-branca de Belo Horizonte (na verdade, de Nova Lima) deve rever sua estratégia de fazer propaganda para o PSDB. Tá ficando muito na cara! Até eu estou notando... Uma notícia divulgada hoje começava dizendo que caiu a avaliação de TODOS os governadores do Brasil. Depois disseram que o quarto "melhor avaliado" (sic) era o de Minas Gerais. Anastasia não seria "o quarto menos pior"? Como sempre, houve um comentário demorado de um profeta do senso comum, incensando o atual governador de Minas. Vendo a notícia em outros veículos de comunicação, noto que todos estão mesmo é com a popularidade num buraco bem fundo! Moçada de Minas e de fora do Estado, fique de olho: esses políticos andam querendo a Presidência da República. Quem manipula a imprensa e a própria imprensa manipulável não são dignos de confiança. Outra coisa: paremos de ficar olhando em que nível está tal fortuna do Eike Batista e vamos trabalhar. Pronto, falei!

domingo, 28 de julho de 2013

O nome do príncipe

Saiu o nome do coitadinho do príncipe herdeiro do trono inglês: Jorge Alexandre Luís. Faço ideia o tanto de brasileiro que começará a colocar George Alexander Louis nos indefesos filhos. Em todo caso, é menos pior do que Valdisney (Walt Disney) ou algo semelhante. E viva a antropofagia brasileira. Tem mais: esse negócio de dizer que nome não se traduz é coisa também de brasileiro. Lá na terrinha lusa, por exemplo, sem a menor cerimônia, falam da rainha Isabel, do príncipe Carlos, da neomamãe princesa Catarina (aquela, casada com o príncipe Guilherme). Não tem estresse. Depois falam que os trouxas são os nossos irmãos portugueses. Experimente também ver como funciona em espanhol. Para não dizer que não provo de meu próprio veneno, digo que, em nosso idioma, meu nome é Alexandre, mas sou feliz com a versão italiana com a qual fui batizado. Deus nos chama é por nosso nome. Que nossos pais caprichem. Pronto, falei!

Veja também

Nosso nome, nossa autoestima

 

sábado, 27 de julho de 2013

A derrubada de um ex-presidente

Escutei isso um dia, e não é que é verdade? O Brasil é o único país do mundo em que se vê a vontade de derrubar um ex-presidente da República. Pronto, falei!

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Bralívia: jovens bolivianos em minha paróquia (4ª parte)

Eu, David, que ficou hospedado em nossa casa, e Tânia
Pouco antes de irem embora para o Rio, David, um dos coordenadores da delegação boliviana, contou-nos que, naquele país, dizem que, se há lágrimas na despedida, o adeus será para sempre. Infelizmente, eu me esqueci de dizer isso aos meus irmãos de paróquia. “Hermanos y hermanas, ¡que Dios les bendiga! ¡Vuelvan siempre!”

Com os irmãos bolivianos, vimos o quanto é bom visitar os doentes, os asilos, divulgar Jesus, a Boa Notícia. Essa semente já havia sido plantada em nossa Paróquia. Nestes dias, os jovens visitantes e os voluntários ajudaram a adubá-la. Cabe agora a nós seguir o exemplo deles e, sempre que pudermos, fazer o mesmo. Os jovens que chegam de todo o mundo para a Jornada Mundial da Juventude não vieram ao Brasil apenas para turismo, mas para nos lembrar de que nosso Mestre, Jesus, era e ainda é um deles.


 

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Bralívia: jovens bolivianos em minha paróquia (3ª parte)

Outra surpresa nos dada por nossos peregrinos: os bolivianos olham com desprezo essa idiotice de McDonalds. Depois de muita articulação e total falta de interesse com aquele lixo de comida, os envenenadores do norte enfiaram o rabo no meio das pernas e vazaram de nosso país vizinho. Agora os nossos hermanos se preparam para "picar o pé" na Coca-Cola, já que, quem entende de coca são eles. O refrigerante americano (um remédio que não deu certo) será substituído por outro verde, produção local e, como me disseram, muito “rico” (gostoso). Depois dessa, fiquei ainda mais honrado em conhecê-los. 

Na caminhada da Praça do Papa até a Praça da Estação, a loja do McDonalds da Praça Sete, bem no Centro de Belo Horizonte, fechou as portas. Por que tiveram medo dos jovens cristãos? Durante o trajeto, alguns participantes cantavam “aborto não, vida sim”. De repente, da tumba estadunidense, uns três cabeludos, devotos do modismo, saíram e gritaram “aborto sim, vida não”. Depois voltaram para dentro do templo das comidas envenenadas. Estou imaginando o que os bolivianos devem ter pensado.

Sobre o fechamento da rede de "comida chatarra" (comida-lixo, em português popular), veja o documentário.  

 




terça-feira, 23 de julho de 2013

Bralívia: jovens bolivianos em minha paróquia (2ª parte)

Fernando e eu, com a bandeira dos povos andinos.
Os 22 bolivianos que estiveram em nossa Paróquia nos apresentaram uma cultura riquíssima, milenar, cheia de colorido, com muitas histórias para contar. Sem dúvida, vai muito além daqueles grupos que tocam flauta nas praças, o que também é muito bonito, em minha opinião. 

Nada que fazem é por acaso. Também têm um patriotismo que é exemplar para nós, brasileiros. Diferente de nossa classe-média-disney-burra, não acham brega homenagear a bandeira, cantar alguma música que represente a terra natal e têm orgulho em contar como são as coisas naquele país pra lá de explorado, no mau sentido.
Yamilka, uma das peregrinas, mostra uma forma de os bolivianos carregarem os bebês. Nosso brasileirinho adorou a ideia. Veja a carinha.


E, por falar em exploração, creio que a maior homenagem de nós, paroquianos e brasileiros, aos bolivianos seria, além das orações e do carinho, saber quem são as lojas e as fábricas que exploram a mão de obra daquele povo (e também de peruanos, paraguaios, haitianos...). Seria muito bom que nós, cristãos, deixassem esses estabelecimentos às moscas e, é claro, denunciássemos às autoridades os criminosos que fazem de escravos essas pessoas. Para mim, o avanço social também deve ser um fruto da Jornada Mundial da Juventude.


segunda-feira, 22 de julho de 2013

Bralívia: jovens bolivianos em minha paróquia (1ª parte)

Entre os dias 15 e 21 de julho, as dioceses católicas de todo o Brasil promoveram a chamada Semana Missionária, em preparação para a Jornada Mundial da Juventude, realizada no Rio de Janeiro. A Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, na divisa entre Contagem e Belo Horizonte-MG, na qual sou engajado, recebeu 22 peregrinos bolivianos. Gostaria aqui de fazer algumas considerações sobre a experiência que tivemos com nossos irmãos sul-americanos.

Diferente do que alguns poucos pensavam, mais por ignorância do que por maldade, os peregrinos bolivianos deram um verdadeiro espetáculo de delicadeza, educação, simpatia e, o mais importante, de humildade. Em pouquíssimos minutos, os 22 jovens viraram, para sempre, gente de casa. Creio que nossa comunidade nunca mais será a mesma depois da visita da delegação da Diocese de El Alto (o nome é autoexplicativo. O lugar é um planalto de 4 mil metros acima do nível do mar, ao lado de La Paz). 

Achávamos que acolheríamos os bolivianos, mas foram eles que nos receberam no coração de uma Igreja muito ativa, inteligente e caridosa. Acompanhados de nossos jovens e adultos, visitaram as famílias, oraram com os doentes, abraçaram os idosos, questionaram muitas coisas de nossa cultura e levou alegria para muita gente.

Na próxima parte, falarei um pouco de minhas impressões sobre a cultura de nossos visitantes.