terça-feira, 30 de julho de 2013

"Ressaca da JMJ"

É óbvio que uso de forma irônica a expressão "ressaca". Na verdade, eventos religiosos não costumam acabar como o carnaval. Os bons, como a Jornada Mundial da Juventude, realizada de 23 a 28 de julho deste ano, no Rio de Janeiro, podem dar frutos por muito tempo. Por isso o nome do evento final ser "missa de envio" (nome redundante). 

Agora é hora de os jovens oxigenar as comunidades de onde vieram. É tempo de saber se tudo foi só um "Woodstock cristão" ou se realmente foram lançadas as sementes para um País melhor. Permito-me fazer uma brevíssima avaliação do que senti com a JMJ, mesmo acompanhando tudo pela tevê, devido à impossibilidade de estar no Rio. 

Uma coisa me intriga. Como diamante, a Igreja têm muitas faces. Aquelas músicas, coreografias, celebridades são apenas uma delas. Até agora, estou querendo saber onde estavam e o que fizeram os jovens das pastorais sociais (camponeses, afro-brasileiros, indígenas, operários, encarcerados...). Aqueles que, à luz do Evangelho, questionam as mazelas de nossa sociedade. Sei que estavam lá, mas...

Um trecho de artigo publicado por Leonardo Boff logo depois do evento no Rio dizia: "Na Jornada, houve belíssimas celebrações e canções cujo tom era de piedade. Entretanto, não se escutaram as belas canções engajadas das milhares comunidades de base. Não se ouviram também suas belas canções que falam do clamor das vítimas, dos indígenas e camponeses assassinados e do martírio da Irmã Dorothy Stang e do Padre Josimo. O Papa Francisco enfatizou uma evangelização que se acerca do povo, na simplicidade e na pobreza. Repetiu muito: 'não tenham medo'. O empenho pela justiça social cria conflitos, vítimas e suscita medo, que deve ser vencido pela fé". (Para ler o texto completo, visite http://leonardoboff.wordpress.com/.)

Por isso, aos curiosos e "não praticantes", sugiro que conheçam mais do catolicismo e da Igreja. Nem só de água benta vive o povo de Deus. 


Falta de notícia?

Imagine que, na segunda-feira de manhã, hora depois de o Papa Francisco retornar para o Vaticano, um jornalista gastou preciosíssimos minutos da vida dele e da nossa analisando os "erros de português" do Pontífice. O negócio foi tão tosco que tive de parar para escutar. O coitado se preocupou mais com a forma do que com o conteúdo. Creio que nem meus colegas revisores devem ter se dado a esse trabalho. Que dureza!

 
 

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