sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Algumas considerações sobre a tal "Black Friday"

Se você me permite, tenho alguns comentários sobre esse negócio de Black Friday:

- a imprensa internacional está ridicularizando a campanha brasileira, chamando-a, com muita razão, de "black fraude";
- por que muitos de nós trabalhamos muito? Quase sempre é para consumir muito. E se consumíssemos menos?;
- se, mesmo assim, as promoções lhe parecem irresistíveis, antes de comprar, tente respirar e refletir sobre a diferença dos verbos "querer" e "precisar";
- não deixe de ver os conselhos dos Procons, eles são valiosíssimos nestes dias;
- "promoção imperdível" é somente quando precisamos de alguma coisa, no mais, é consumismo mesmo;
- de minha parte, preciso somente de um guarda-chuva, e o camelozão resolverá meu problema facilmente (qualquer dia desses, vou lá).

Seu eu me lembrar de outros comentários mesquinhos, vou colocar aqui. Se você tiver alguma coisa, pode partilhar também. No mais, boa sexta-feira, independentemente da cor que ela terá.


quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Mês Consciência Negra: um cemitério e as cotas raciais


Alessandro Faleiro Marques

Neste Mês da Consciência Negra, em que as discussões sobre cotas raciais andam acaloradas, partilho algumas fotos de uma visita que fiz em janeiro deste ano ao Cemitério dos Escravos, na comunidade de Marimbondos, Município de Carmo do Cajuru-MG (minha terra natal). O campo-santo provavelmente foi construído no século XVIII e, como várias construções históricas de Minas Gerais, tem os muros feitos de pedras sobrepostas. 


Os doze túmulos existentes hoje são simbólicos, representando os negros que nele foram sepultados. O sítio histórico fica numa área particular, ao lado de um pasto (veja os bois atrás do cruzeiro). Segundo relatos orais, foram sepultados no lugar cerca de 300 cativos "dóceis", pois os que se rebelavam contra a escravidão eram enterrados em valas comuns, como animais. 




Em maio, os tambores solenes das guardas de congo e moçambique homenageiam os antepassados, durante uma missa. No resto do ano, ouve-se apenas o bater de um cadeado amarrado ao cruzeiro. Os nomes daqueles negros não constam de documentos. Existem somente no coração de Deus. Por essas e outras, que as políticas de inclusão de nossos irmãos afro-brasileiros, tão criticadas por neoescravocratas, representam apenas um pouco da dívida que o Brasil deve pagar a esse povo. 

Que os irmãos deixados no cemitério de Marimbondos, esquecidos pelos homens, lembrem-se de nós diante de Deus. Que todos nós, que nos achamos vivos, reflitamos com seriedade para que possamos fazer um país mais justo, com mais ações e menos discursos. A nossos compatriotas negros, os meus respeitos.


sexta-feira, 1 de novembro de 2013

"Hoje e não amanhã"


Alessandro Faleiro Marques

Às vezes, o conhecimento vem de onde menos esperamos. Veja o que veio escrito no papel do pão, exatamente no Dia de Finados de 2011. Muito apropriado para estes dias em que homenageamos nossos irmãos falecidos.

Hoje e não amanhã

Prefiro que partilhes comigo uns poucos minutos agora que estou vivo, e não uma noite quando eu morrer.

Prefiro que apertes suavemente a minha mão agora que estou vivo, e não apoies o teu corpo sobre mim quando eu morrer.

Prefiro que faças um só telefonema agora que estou vivo, e não uma inesperada viagem quando eu morrer.

Prefiro que me ofereças uma só flor agora que estou vivo, e não me envies um formoso ramo quando eu morrer.

Prefiro que elevemos ao céu uma oração agora que estou vivo, e não uma missa quando eu morrer.

Prefiro que me digas palavras de alento agora que estou vivo, e não um dilacerante poema quando eu morrer.

Prefiro que toques um só acorde de guitarra agora que estou vivo, e não uma comovente serenata quando eu morrer.

Prefiro que me dediques uma pequena prece agora que estou vivo, e não um pomposo discurso quando eu morrer.

Prefiro desfrutar de todos os mínimos detalhes agora que estou vivo, e não de grandes manifestações quando eu morrer.

Prefiro que digas o que sente por mim, agora que estou vivo, a ouvir um grande lamento porque não disseste a tempo, depois que estiver morto.

Aproveitemos os nossos queridos enquanto eles estão entre nós.

Valorize as pessoas que estão à sua volta.

Ame-as, respeite-as, lembre-se delas...

Enquanto estão vivas!