segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O escritor que tinha preconceito pelo feio

Lamento o falecimento do escritor Bartolomeu Campos de Queirós. Ele era muito bom e me ensinou a ter um "profundo desprezo" por muitos políticos e não pela política. Ele também gostava de dizer que o mundo é um grande livro a ser lido por nós e que tinha um grande preconceito pelo feio do mundo. Ele era mais conhecido fora do que dentro do Brasil. Era um sábio. Uma grande perda para a literatura.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O que tenho a declarar sobre esse tal de "tablet"

Não estou nem aí para quem não gostar, mas digo algumas de minhas opiniões sobre esse tal de tablet (tabuleta, em português), iPad (e similares):

- extinguirá a guerra de bolinhas de papel nas salas de aula;
- não nos permite rasgar as páginas chatas, profanas ou imbecis e jogá-las solenemente no lixo;
- não nos possibilita usá-lo em casos de emergência gastrointestinal;
- tem um "P" maiúsculo no meio da palavra (modismo ortográfico totalmente ridículo, como a maioria dos modismos);
- abolirá os aviões, os chapéus e os barquinhos de papel;
- faz os adeptos acreditarem cega e simploriamente que o meio é mais importante que o conteúdo;
- gostaria de ver como seriam as artes em dobradura ("origami") feitas de páginas virtuais;
- não nos permite usá-lo para equilibrar mesas;
- se cair no chão, já era;
- exterminará os marcadores de página artisticamente trabalhados e dados como lembrancinha;
- faz muitos medíocres acreditarem que sabem tudo de tecnologia;
- leva alguns mais medíocres ainda a cultuarem o tal fundador da Apple;
- desperta a "religiosidade" de idiotas que acendem velas virtuais pela alma do mesmo tal fundador enquanto eles "orgulhosamente" desprezam a cultura religiosa em si;
- abolirá aqueles bonequinhos de mãos dadas, que fazemos para aplacar a ira de meninos pirracentos;
- não tem cheiro de livro novo (cujo valor só os bons leitores conhecem);
- enquanto se lê o tal "e-book", não se tem a sensação de que o livro está chegando ao fim;
- um conteúdo virtual sem neurônios reais que o processem vale muito pouco;
- condenado a virar peça de museu em poucos anos (quer apostar?);
- não faltam pessoas e governos que saem distribuindo o aparelho para educadores, mas não se preocupam em valorizá-los como seres humanos e profissionais (isso vale também para os salários);
- desperta o ridículo e ingênuo deslumbramento dos adultos; enquanto isso, crianças e adolescentes mais atentos veem o treco como algo mais normal do mundo e tiram sarro dos admirados;
- documentos antiquíssimos impressos em papel, couro, pedra e barro existem até hoje, quero ver isso sucederá com as tais maquininhas.

Para evitar ambiguidades, se alguém quiser me dar um desses trecos, eu aceitarei de bom grado. Arrumarei alguma função para ele.

Quem quiser, pode completar. De minha parte, tenho-o dito.