quarta-feira, 23 de outubro de 2013

A quem interessa a desvalorização do Estado

Alessandro Faleiro Marques

Interessante é a facilidade que o povo e a imprensa têm de culpar por tudo o Estado. Tudo é o governo, a presidenta, o prefeito... Sem querer tirar a responsabilidade que cabe a esses "entes", questiono: quando um motorista de ônibus deixa os passageiros para trás, é decisão desse trabalhador, e só dele, em prejuízo dos outros. Quando alguém avança o sinal vermelho, não se deve culpar o Estado pela violência no trânsito, pois o que o governo tinha de fazer o fez, que era colocar o semáforo. Quando uma escola, uma praça estão com equipamentos danificados, não é culpa do Estado, mas primeiro de quem as estragou culposa ou dolosamente.

Cobrar simplesmente a fiscalização é reduzir a conversa, pois a lei deveria ser seguida e pronto. Desde o fim da ditadura, em 1985, há uma campanha para desvalorizar o Estado. E isso vem dando certo, sobretudo pela engenharia feita por quem domina a comunicação.

Com essa brincadeira, sabe quem o está substituindo? As megacorporações, os bancos, os "investidores" (leia-se "especuladores"). Ah, para ajudar a consertar o problema do Estado que não funciona, há um momento só seu, garantido pela Lei: o voto. Tomemos cuidado com os discursos prontos e com quem quer pensar por nós.


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